Marcas e sonhos
Ao
acordar, do pensamento não sai
A
lembrança não vai.
Cada
cantinho é uma memória
Impregnada
na alma
E no
enredo da história
Borracha
nenhuma apaga
Nem
diminui a nitidez
No
retrovisor da trajetória.
Ao
dormir o sonho vem
Na
fantasia do além
Remarcando
território.
A
exemplo do quebra-cabeça
Cada
peça é importante
Contida
no DNA
De
onde não se pode camuflar
Nem
controlar a constância
O
que esteve sempre estará
Mesmo
que tente arrancar
É
marca que não desmancha.
Ora
é um sonho encantado
Que
rouba sorrisos ao acordar
Ora
é um pesadelo
Que
não evita o chorar
Marcas
velhas são adormecidas
Para
uma nova aparecer
No
entanto, sejam novas ou velhas
São
impossíveis de esquecer.
Na
tristeza murcha
Na
alegria floresce
Como
um jardim natural
Que
muda conforme o cuidado
Do
dia ensolarado
Ou
da chuva a cair
Porém,
alegre ou triste
Não
deixa de existir.
Nem
tudo é controlado
Conforme
a vontade humana
Certos
esforços em vão
Retidos
pela razão
Não
passam de uma façanha,
Porque
o escrito não se apaga
O
sentido não cala
O
imã não se separa
E a
certeza de Deus é soberana.
Fugir
é tentativa nula
Do
problema resolver
Calar
querendo falar
Tende
à mente embaralhar
E
ainda mais complicar
Resolver
a totalidade
Superar
a fragilidade
Executar
a vontade
É o que permite vencer.
Cleonice Machado
Amarante,
05 de janeiro de 2022
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