Quando a vida que se quer
É aquela onde haja paz
Em que o estar junto
É o que satisfaz
Mas o outro insiste
Em andar para traz.
Quando você faz
Tudo para agradar
E o outro faz tudo
Para contrariar
É que tudo acabou
Não adianta tentar.
Quando com carinho
Você prepara a alimentação
Mas o outro insiste
Em agir sem consideração
E da comida alheia
Não conseguir a libertação.
Quando cada gesto seu
Passa ao outro incomodar
Até os seus carinhos
Passam a irritar
Quando o silêncio do outro
É o comunicar.
Quando estar perto de você
Para o outro parece tortura
E os finais de semana
Viram uma loucura
Em que a insatisfação
Substitui a ternura.
Quando no domingo
Sua companhia é a solidão
Pois apenas o vazio
É a aproximação
Só você sobrevive
Na imensidão,
Quando em nenhum ponto
Os dois combinam
É cada um para um lado
E isso vira rotina
Mudando extremamente
E ao sentimento agredindo.
Quando o silêncio
E a distanciação
É o que se recebe
De comunicação
Em que não existe do outro
Nenhuma dedicação.
Quando a gente desiste
De ainda insistir
Com quem só quer
Se divertir
Machucando sempre
E a partir.
Quando com qualquer pessoa
E em qualquer lugar
É melhor que
Lhe acompanhar
E o ódio é percebido
Até no olhar.
Quando a única pessoa
A com você se preocupar
Faleceu há sete anos
E lhe deixou a penar
Onde cada um
Quer lhe torturar.
Amarante do Maranhão, 10 de
setembro de 2017
Cleonice Machado
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