domingo, 10 de setembro de 2017

Quando





Quando a vida que se quer

É aquela onde haja paz

Em que o estar junto

É o que satisfaz

Mas o outro insiste

Em andar para traz.



Quando você faz

Tudo para agradar

E o outro faz tudo

Para contrariar

É que tudo acabou

Não adianta tentar.



Quando com carinho

Você prepara a alimentação

Mas o outro insiste

Em agir sem consideração

E da comida alheia

Não conseguir a libertação.



Quando cada gesto seu

Passa ao outro incomodar

Até os seus carinhos

Passam a irritar

Quando o silêncio do outro

É o comunicar.



Quando estar perto de você

Para o outro parece tortura

E os finais de semana

Viram uma loucura

Em que a insatisfação

Substitui a ternura.



Quando no domingo

Sua companhia é a solidão

Pois apenas o vazio

É a aproximação

Só você sobrevive

Na imensidão,



Quando em nenhum ponto

Os dois combinam

É cada um para um lado

E isso vira rotina

Mudando extremamente

E ao sentimento agredindo.



Quando o silêncio

E a distanciação

É o que se recebe

De comunicação

Em que não existe do outro

Nenhuma dedicação.



Quando a gente desiste

De ainda insistir

Com quem só quer

Se divertir

Machucando sempre

E a partir.



Quando com qualquer pessoa

E em qualquer lugar

É melhor que

Lhe acompanhar

E o ódio é percebido

Até no olhar.



Quando a única pessoa

A com você se preocupar

Faleceu há sete anos

E lhe deixou a penar

Onde cada um

Quer lhe torturar.



 Amarante do Maranhão, 10 de setembro de 2017

       Cleonice Machado

Nenhum comentário:

Postar um comentário